Para comemorarmos o dia em que o Pinguim faz 30 anos iremos conhecer um pouco mais do nosso Pinguim e seu amiguinho o Gnu.
Feliz dia do Pinguim
O Linux é o núcleo ( kernel ) do Android e dos sistemas operacionais GNU/Linux ( distribuições ).
"O termo Linux refere-se ao núcleo (em inglês: "kernel") do sistema operativo que inicia e gerencia outros programas que fornecem o acesso aos recursos do sistema como os vários software livres de shells, compiladores, bibliotecas-padrão e os comandos que fazem parte do Projeto GNU. O Projeto GNU, por sua vez, foi criado pela Free Software Foudation com o intuito de criar um sistema operacional completo, totalmente livre e compatível com o Unix. O principal compilador do Linux C, gcc, é um pedaço do projeto GNU." Fonte
O nascimento do Linux se deu em 26 de Agosto de 1991 com o anúncio de Linus Torvalds.
GNU/Linux
Para essa comemoração irei utilizar um texto do Richard Stallman que explica de forma bem didática o nosso Pinguim e seu amiguinho Gnu.
Linux e o Sistema GNU
por Richard Stallman
Há realmente um Linux, e essas pessoas estão usando-o, mas ele é apenas uma parte do sistema que eles usam. Linux é o núcleo (kernel): o programa no sistema que aloca os recursos do sistema para outros programas que você utiliza. O núcleo é uma parte essencial de um sistema operacional, mas inútil por si só; ele pode apenas funcionar no contexto de um sistema operacional completo. Linux é normalmente usado em combinação com o sistema operacional GNU: todo o sistema é basicamente GNU com Linux adicionado, ou GNU/Linux. Todas as distribuições chamadas de “Linux” são, na verdade, GNU/Linux.
Muitos usuários não estão totalmente a par da diferença entre o núcleo, que é o Linux, e todo o sistema operacional, que eles também o chamam de “Linux”. O uso ambíguo desse nome não promove o entendimento.
O que eles acharam não foi nenhum acidente — foi o não
exatamente-completo sistema GNU. O software livre disponível compôs um
sistema completo porque o Projeto GNU já estava trabalhando desde 1984
para criar um. No Manifesto GNU nós definimos o objetivo de criar um
sistema livre similar ao Unix, chamado GNU. O Anúncio Oficial do Projeto
GNU também ressalta alguns dos planos originais para o sistema GNU.
Quando o Linux iniciou, GNU já estava quase concluído.
A maioria dos projetos de software livre tem por objetivo desenvolver um
programa em particular para uma tarefa em particular. Por exemplo,
Linus Torvalds escreveu um núcleo similar ao Unix (Linux); Donald Knuth
escreveu um formatador de textos (TeX); Bob Scheifler escreveu um
sistema de janelas (o X Window System). É natural medir a contribuição
deste tipo de projeto pelos programas específicos que vieram daquele
projeto.
Se tentássemos medir a contribuição do Projeto GNU dessa forma, o que
concluiríamos? Um distribuidor de CD-ROM percebeu que em sua
“distribuição Linux”, software GNU era o maior contingente único, por
volta de 28% de todo o código-fonte, e isso incluía alguns dos
componentes essenciais sem os quais não poderia haver sistema. O Linux,
por si só, representava por volta de 3%. (As proporções em 2008 eram
similares: no repositório “main” do gNewSense, Linux era 1,5% e pacotes
GNU eram 15%.) Assim, se você for escolher um nome para o sistema
baseado em quem escreveu os programas no sistema, a escolha simples mais
apropriada seria “GNU”.
Mas esta é a maneira correta de considerar a questão. O Projeto GNU não
foi, não é, um projeto para desenvolver pacotes específicos de software.
Não foi um projeto para desenvolver um compilador C, apesar de o termos
feito. Não foi um projeto para desenvolver um editor de texto, apesar
de termos desenvolvido um. O objetivo do Projeto GNU era desenvolver um
sistema operacional livre similar ao Unix: GNU.
Muitas pessoas fizeram grandes contribuições para o software livre no
sistema, e todos eles merecem crédito por seus softwares. Mas a razão
pela qual temos um sistema — e não somente uma coleção de programas
úteis — é porque o Projeto GNU decidiu fazer um. Nós fizemos uma lista
de programas necessários para compor um sistema livre completo, e nós
sistematicamente achamos, escrevemos, ou encontramos pessoas para
escrever tudo na lista. Nós escrevemos componentes principais,
essenciais mas não excitantes, porque você não pode ter um sistema sem
eles. Alguns de nossos componentes, as ferramentas de sistema, se
tornaram populares por conta própria entre os programadores, mas nós
escrevemos muitos componentes que não são ferramentas. Nós desenvolvemos
um jogo de xadrez, o GNU Chess, porque um sistema completo precisa de
jogos também.
Por volta do início dos anos 90, agrupamos todo o sistema à parte do
núcleo. Nós também tínhamos começado a desenvolver um núcleo, o GNU
Hurd, que funciona em cima do Mach. Desenvolver esse núcleo tem sido bem
mais difícil do que esperávamos; o GNU Hurd começou a funcionar de
forma segura em 2001, mas está longe de estar pronto para as pessoas
usarem, de forma geral.
Felizmente, não precisamos esperar pelo Hurd, por causa do Linux. Assim
que Torvalds escreveu o Linux, este preencheu a última grande lacuna no
sistema GNU. Pessoas puderam, então, combinar o Linux com o sistema GNU
para compor um sistema livre completo – uma versão do sistema GNU
contendo também o Linux. O sistema GNU/Linux, em outras palavras.
Fazer os dois funcionarem bem juntos não foi uma tarefa trivial. Alguns
componentes GNU precisaram de alterações substanciais para funcionar com
o Linux. Integrar um sistema completo como uma distribuição que
funcionasse “fora da caixa” foi também um trabalho grande. Foi
necessário resolver o problema de como instalar e iniciar o sistema
(boot) – um problema que ainda não resolvemos porque ainda não atingimos
esse ponto. Portanto, as pessoas que desenvolveram as várias
distribuições de sistema fizeram um trabalho substancial. Mas foi um
trabalho que, naturalmente, seria feito por alguém.
O Projeto GNU oferece suporte para os sistemas GNU/Linux assim como para
o sistema GNU. A FSF financiou a reescrita das extensões relacionadas
ao Linux para a biblioteca C do GNU, de forma que agora elas estão bem
integradas, e os novos sistemas GNU/Linux usam a versão corrente da
biblioteca sem modificações. A FSF também financiou um estágio inicial
do desenvolvimento do Debian GNU/Linux.
Há hoje muitas variantes diferentes do sistema GNU/Linux (frequentemente
chamadas de “distros”). A maioria delas inclui software não livre –
seus desenvolvedores seguem a filosofia do “código aberto” associada ao
Linux em vez da filosofia do “software livre” do GNU. Mas também há
distros GNU/Linux completamente livres. A FSF oferece suporte a
instalações de computador para algumas delas.
Fazer uma distribuição GNU/Linux não é apenas uma questão de eliminar
vários programas não livres. Hoje em dia, a versão usual do Linux também
possui programas não livres. A intenção é esses programas serem
carregados para os dispositivos de E/S na inicialização do sistema, e
eles são incluídos, como longas séries de números, no “código fonte” do
Linux. Portanto, manter distribuições GNU/Linux livres agora significa
manter uma versão do Linux livre também.
Você usando GNU/Linux ou não, por favor não confunda o público usando o
nome “Linux” de forma ambígua. Linux é o núcleo (kernel), um dos
principais componentes essenciais do sistema. O sistema como um todo é
mais ou menos o sistema GNU, com Linux adicionado. Quando você fala
sobre essa combinação, por favor chame-a de “GNU/Linux”.
Se você deseja fazer um link sobre “GNU/Linux” para posterior
referência, essa página e http://www.gnu.org/gnu/the-gnu-project.html
são ótimas escolhas. Se você mencionar Linux, o núcleo (ou kernel) e
deseja adicionar um link para posterior referência,
http://foldoc.org/linux é uma boa URL para se usar.
Observações
À parte do GNU, um outro projeto desenvolveu um sistema livre similar ao
Unix. Este sistema é conhecido como BSD, e foi desenvolvido na
Universidade da Califórnia em Berkeley. Ele era não livre nos anos 80,
mas se tornou livre no início dos 90. Um sistema operacional livre que
existe hoje é quase com certeza ou uma variante do sistema GNU ou um
tipo de sistema BSD.
Pessoas algumas vezes perguntam se BSD também é uma versão do GNU, como o
GNU/Linux. Os desenvolvedores do BSD se inspiraram para fazer o código
de seu software livre pelos exemplos do Projeto GNU, e apelos explícitos
de ativistas do GNU ajudaram a persuadi-los, mas o código teve uma
pequena mudança com GNU. Sistemas BSD de hoje usam alguns programas GNU,
assim como o sistema GNU e suas variantes usam alguns programas BSD;
porém, como um todo, eles são dois sistemas diferentes que evoluíram
separadamente. Os desenvolvedores do BSD não escreveram um núcleo e o
adicionaram ao sistema GNU, e um nome como GNU/BSD não se adequaria à
situação.
Fonte
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